encontro...

Ouve, amor...
Preciso abrir a gaiola da tua alma
e entrar no teu sentimento mais escondido;
preciso alcançar teu canto com meu encanto
e, gritando teu nome, livremente voejar
ao encontro da tua paz acorrentada.

Libertarei teu corpo dessa gaiola bonita e perfumada,
que atordoa teu sentido e adormece teu grito de pavor;
soltarei teu coração desse não sei o quê, apertado,
fazendo-te sentir a plenitude e a leveza
do verdadeiro amor...

Farei de nós, não um encontro de águas, mas de espumas;
não um encontro de flores, mas de perfumes;
não um encontro de astros, mas de luz!
Quero envolver-te numa brisa suave e termântica;
ou, se preciso for, transformar-me-ei em ventania intensa e sensual.

Definitivamente, atingirei a tua paz!

Ouve meu silêncio, minha pele
e meus olhos que choram,
pois meu desejo mais profundo
é acolher-te no meu ninho de amor,
para fazer amor no teu ninho de sonhos.

Ouve...

Sílvia Mota.
Rio de Janeiro, 1986 ou 1987...

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