Nenhuma primavera exibirá a puerícia
da flor do meu sorrir. Se em rimas te venero,
ninguém desvendará esta espectral delícia
que me reluz em luz quando ao te ver te quero.
Nenhuma primavera exalará o perfume
saliente do meu sexo. Se requebro em dor,
ninguém acoitará todo este orvalho em lume
que escorre do prazer que te ofereço em flor.
Nenhuma primavera extremará tampouco
o canto abrasador deste meu encanto rouco
e o rito silencioso do meu amor sem fim.
Nenhuma primavera arriscará enlaçar,
no brilho de uma estrela ou no entretom do mar,
o despudor ambíguo que se expurga em mim.
Sílvia Mota.
Cabo Frio, 22 de setembro de 2007 - madrugada - 4:40hs-7:28hs.
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