Estou partindo,
não me perguntes o por quê.
Nem eu mesma sei, mas estou...
Saciei minha vaidade no som da tua voz
e nas tuas mãos enrijeci meus seios.
Engoli o sabor de todos os teus beijos
na saliva sacrossanta
de um presente sem destino.
Não sei se guardarás na lembrança
a lembrança de mim,
dos meus olhares e do meu sentir.
Mas, pouco importa agora,
pouco agora importa...
Estou partindo,
não me perguntes o por quê.
Nem eu mesma sei, mas estou...
Nos teus braços soçobrei,
de tua dama me desfiz em vadia.
Mas, no balouçar dos meus abraços,
em ausente presença o teu sonho voou
e não fostes meu nos meus apelos.
Nos meus momentos de ti
arfei na tua voz, renasci ao teu toque
e fundi-me ao teu corpo.
Mas, nos teus momentos de mim,
não sei o que fui...
Estou partindo,
não me perguntes o por quê.
Nem eu mesma sei, mas estou...
Não me quero decompor em emoção,
nem cantar ao som de lágrima ferida.
Assim, antes de aprender a te amar
e de ser teu amor, eu me vou,
sem nem saber o por quê.
Antes da primavera levar a última flor,
salvarei meu sorriso
e, comigo levarei o meu amor,
para inumá-lo no soluço da minha saudade,
sem nem saber o por quê.
Deve ser medo prematuro
de te perder ou te ter... não sei...
Mas, pouco importa agora,
pouco agora importa...
Estou partindo,
não me perguntes o por quê.
Nem eu mesma sei, nem por quais caminhos irei...
Sílvia Mota.
Um comentário:
Comentário realizado pelo poeta Ludykibene, no Site da Magriça, em 15 de fevereiro de 2009:
Amei. Já senti o mesmo.
Bjs.
Disponível em: http://www.notivaga.com.br
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