Não é amor, não pode ser amor,
pois não se ama um mito na saudade.
Não é amor, não pode ser amor,
se o que eu possuo é sonho e não verdade.
Já não tenho as suas mãos na minha vida,
já não sinto a sua voz no meu calor.
Reconstruo a sua imagem do passado,
desmanchando-a no presente em vento e flor.
Já não posso me calar no seu barulho;
da carícia, a saudade é dor atroz.
Redescubro minha vida, pouco a pouco
e ainda sonho um lindo sonho só prá nós...
Sílvia Mota.
Rio de Janeiro, 26 de junho de 1988.
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