sem resposta

Quem és tu que invades meu sono
e transformas essa insônia incontida
em madrugada feita de saudade?

Quem és tu que somente num beijo
transformou meus sentidos?

Quem és tu que abraças gostoso
e que ficas calado, escondido,
me olhando de longe?

Quem és tu que chegaste devagar
e que eu sei, sem querer,
me deixaste com o gosto gostoso
do teu beijo na boca?

Quem és tu que não bates na porta,
não pedes licença
e, mal educado,
vais sentando ao lado
do meu pensamento?

Quem és tu que longe de mim
estás perto de mim?

Quem és tu que até sem saber ou querer
estás sendo meu sonho
e também minha insônia?

Quem és tu?!!

Sílvia Mota.
Rio de Janeiro, 1988.

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