O rio

Não te darei uma ponte,
nem um barco,
nem um tronco!

Vem nadar pelo meu leito,
cansar à minha torrente
que sacia sede insana.
Sou tua água castiça!

Não te darei uma ponte,
nem um barco,
nem um tronco!

Vem sorver pelo meu leito,
desejo em espuma flutuante
que se esconde nos meus beijos.
Sou pecado sacrossanto!

Não te darei uma ponte,
nem um barco,
nem um tronco!

Vem dançar pelo meu leito,
esfregar nas minhas margens
a improvisar qual um tango.
Posso ser prazer profano!

Não te darei uma ponte,
nem um barco,
nem um tronco!

Vem buscar pelo meu leito,
águas quentes da cascata
por onde rolo em fetiche.
Posso ser paixão lasciva!

Não te darei uma ponte,
nem um barco,
nem um tronco!

Terás que vir a mim.
Espero-te.
Nu.

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 30 de dezembro de 2009 - 0h30

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