desejo fêmeo

É madrugada...
Vontade de falar com você
na escuridão romântica
e calada da minh’alma...
Uma necessidade de enfiar minha língua
nos ouvidos da sua vida
e, depois, cantarolar para você
uma cantiga de amor, de paz,
de ninar,
de não sei nem o quê...
Senti vontade de não estar sozinha,
rolando nesse sofá de seda,
rosa de cor...
Senti a fêmea despertar,
querendo vaidosa
mostrar a camisola vermelha,
de fitas e rendas mentirosas...
Senti volúpia de vê-la
rasgada e estuprada
no chão...

Sílvia Mota.
Rio de Janeiro, 1987 – 2:30hs da madrugada.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uau... nem seria necessário comentar, se isso não me fosse tão necessário...

O desejo da madrugada às vezes é dolorido... mas esse, é lindo...
bjs
Quel Raquel Donegá
________________________
Comentário postado no Site da Magriça em: 26/06/2009 às 22:11:00hs.