Visita perigosa

A porta estará fechada,
por motivo de segurança, apenas...
A chave dourada e cravejada de rubis
encontra-se enterrada, sorrateira,
naquele vasinho de flores vermelhas,
ao lado da porta que dá para a escada...
Pega-a.
Abra a porta.
Entra.
Suba as escadas.
Os tapetes aveludados
são cor de carmim
e, no ar, sentirás a sedução
do meu cio...
Segue-o.
À porta do meu quarto,
deitado, elegante,
negro e vigilante,
encontrarás Poetrix
- meu Rottweiler -
mas, não o temas.
Foi adestrado para te receber,
assim como eu...
A inusitada diferença entre nós dois,
- animal e fêmea -
é que Poetrix não rosnará,
não te mostrará os dentes,
não atacará,
nem te morderá...
Eu, sim... tudo farei...
quiçá, possa mesmo te matar...
de prazer!


Sílvia Mota.
Cabo Frio, 29 de setembro de 2009 – 17:08hs.

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