Namoro de antanho
À
janela da donzela habitava tanto sonho,
pois
antevia nas ruas muito ardor e emoção!
Somente
ela sabia, somente ela sentia, quão bisonho
e
sedutor era o delírio escondido num canto do coração...
Rosto
rúbio, bem formosa, baton vermelho na boca,
corpete
justo à cintura de rendas feitas a mão,
espreitava
todo dia vestido cobrindo a pernoca,
o
moço do terno branco – a saudar - chapéu na mão!
Olhavam
prá todo lado certificando-se, então,
se
o pai feroz, ciumento, não assistiria ao enlevo
de
quem recebe do amado, tal qual numa aparição,
a
rosa vermelha, prenúncio de um pecado em relevo...
Promessa
de se casar sanava qualquer pensamento,
mas
beijar, somente em sonho... e se soubessem sonhar!
De
tudo - só permitido - de mãos dadas caminhar!
Ai!
Só pura e pura emoção! Nem de longe o advento
do
“Ficar”, furor de boca, do agarrar, sentir tesão!
Fetiche
era engrandecer o sonho vivido ao portão!
Sílvia
Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio,
16 de outubro de 2009 – 22h41
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