Se eu fosse tua prostituta

Afagarias meu corpo
vendido
e meus encantos
seriam desencantos
após tua partida.

Seria tua coisa,
tua coisinha fofa,
tua coisa deleite,
tua coisa enfeite
- vendida - mas não seria tua...

Serias meu dono,
meu lambedor de prazeres,
meu boneco empalhado,
meu posso-tudo,
- pagador - mas não serias meu...

Vendida.
Ferida.
Desconhecida.
Coxas molhadas,
boca melada de virtude,
língua cansada.

Comprador.
Dividido(?)
Enganado(?)
Sexo sujo de baton,
boca seca de saudade,
língua enojada.

Se eu fosse tua prostituta,
não traria marca de beijo na boca,
nem saudade escorrendo dos olhos.
Nem carinho ou prazer.
Nem segredos.
Receberia teu dízimo
e pagaria minhas contas do mês
e compraria roupas e perfumes,
para o próximo encontro...

Jamais seria tua,
nem jamais serias meu.
O verde do meu olhar
seria ignorado
ou pensado multicor...

Sem esperança
ou promessa,
não serias a perdição que me és agora...
nesse agora, que choro por ti,
sem saberes de mim.


Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 3 de janeiro de 2009 – 7h26

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