meus caminhos no teu corpo

no teu suor busquei perfume em paz
e achei meu cheiro em forma de feitiço,
nos teus cabelos soltos busquei força
e me prestaste açoites de prazer,
no teu olhar noite esquadrinhei–te a luz
e me expuseste o pleno do infinito,
nos teus ouvidos quis grunhir surpresas
e me esparziste ecos de deleite,
nas tuas narinas eu previ passagens
e me deixaste o som dos meus suspiros,
da boca açúcar mel quis sentir beijos
e me embriagaste ao gosto da paixão,
no teu pescoço ferreteei meus dentes
e encontrei meu alvo extremo de atração,
nas tuas espáduas nuas sonhei quimeras
e divisei meus mundos encantados,
dos teus abraços quentes quis teu sono
e despertei na alcova dos meus sonhos,
nas tuas mãos rígidas campeei carinhos
e me ofertaste inúmeros caminhos,
no teu umbigo procurei temores
e nele só encontrei minha coragem,
nas tuas virilhas vis cacei fantasmas
e encontrei ali meu flúmen de prazer,
no teu sexo anjo revisei mistérios
e me perdi num átrio de verdades,
nas tuas duas pernas fui elogiar beleza
e descobri razão e alento do amor,
nos teus pés firmes quis sentir audácia
e te ajoelhaste quente aos meus desejos...

enfim... dizer-te eu quero: o que fazer,
se tudo o que é de mim se concluiu em ti?

Sílvia Mota.
Rio de Janeiro, 4 de abril de 2009 – 11:38hs.
Reformulado em 16 e 22 de abril de 2009 – 18:01hs.

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