O nosso orgasmo

Acordei com vontade de fazer amor no teu corpo,
ser puxada, carinhosamente, pelas tuas mãos,
da sala para nosso ninho;
deixar-te baixar minha calça jeans
e, com essa grosseria gostosa,
arrancar minha calcinha branca...

Vem, deita sobre mim...
Sinto teu calor no meu calor,
sinto teu sexo procurando o meu
com a inocência de um pássaro
que entra na prisão
e, neste momento de pureza,
meu corpo se transforma em céu aberto e livre...

Sinto tuas mãos puxando meus cabelos para trás
e tua boca deixando marca roxa no meu braço.
Começo a entrar no sonho,
meu corpo amansa
e sinto meus desejos morderem, suavemente,
tua vida enfiada na minha vida...

Rasga esta blusa de cigana,
sei que gostas e deixo-te fazer o que desejares.
Os brincos de argola ficaram
para deixar que sonhes qualquer sonho.

Fala... fala comigo as palavras de amor e excitação
que só descobriste tu ser meu deleite.
Fala... fala no meu ouvido essas coisas todas,
que me deixam tremendo de paz;
derruba o decote desta blusa que te excita
e morde meu pescoço, meu colo bronzeado,
com essa boca apetitosa e quente.
Beija com força, arranca meu prazer
do fundo da minh'alma... devagar...
não tenho pressa amor...
Ensinaste-me, que ao teu lado
posso ficar o tempo desejado,
a sentir essa realização extrema,
que me leva ao infinito
e me devolve aos teus braços,
indefinidamente...

Vem... vem dizer o que me cala,
me excita e me faz mulher...
Se quiseres sonhar,
serei essa cigana
carinhosa e bonita
que lê a sorte no teu sexo,
enfiado nos meus sentidos;
descobrirei teus segredos
e tuas necessidades,
contrairei aos poucos, sensual,
a boca do meu paraíso,
para que me sinta te apertando, gostosa...

O MEU ORGASMO ESTÁ CHEGANDO
DA COR AMARELADA DOS TEUS OLHOS
E EU QUERO QUE SINTAS TEU ORGASMO
NO VERDE AMBICIOSO DOS MEUS OLHOS.

Acelera teu ritmo,
pois meu silêncio vai gritar teu nome;
acelera teu desejo,
pois meu sonho vai explodir
em nosso ninho...
Acelera... espero-te
com o corpo molhado de suor
e a alma do meu sexo
molhada de prazer.

Enfia com força, aperta, treme,
levanta a cabeça para cima
e, depois, enfia o rosto no meu pescoço,
apertando e gemendo alto,
pois a tua vida está neste momento...

Sinta minhas pernas desentrelaçarem-se,
agressivas, até quase machucarem as tuas;
sinta meu gozo selvagem,
atrevido e feminino,
pois minha vida está neste momento...

Aperta-me o corpo neste instante final,
para sentirmos juntos essa sensação maravilhosa
de realização única e inconfundível...
Vamos calar amor...
Vamos sentir a paz deste céu...


Sílvia Mota.
Rio de Janeiro, 1987.

Um comentário:

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz disse...

Mensagem enviada em 30 de novembro de 2008:

Por favor, dê-me este poema, quero-o sempre comigo. Atenda este meu pedido, por favor!
Cid

18 de Março de 2009 20:06